Com projetos parecidos, o aeroporto de Aracati custará R$ 22,1 milhões e o de Jeri ficará em R$ 53,2 milhões
Aracati/Cruz. Enquanto muito se fala dos aeroportos para um mês de Copa do Mundo, aeroportos ou mesmo só pistas de pouso existentes no Interior do Ceará precisam de reparos. Eles fazem parte das cadeias produtivas que movimentam a economia. Poucas obras são tão anunciadas de estarem na iminência da conclusão como a do aeroporto de Aracati. Fosse obedecido o primeiro prazo, há pelo menos dois anos, turistas e empresários estariam decolando e pousando na direção do principal destino turístico do Interior: Canoa Quebrada. Em dois anos de atraso foram ao menos cinco prazos de conclusão. Já o aeroporto de Jericoacoara teve ordem de serviço na semana passada, com prazo de entrega para setembro de 2012. Mas um dado espanta: enquanto o aeroporto de Aracati custa R$ 22 milhões, o de Jericoacoara, com estrutura parecida e mesma capacidade de voos, custará R$ 53,2 milhões aos cofres públicos.
Com raras exceções, o mais comum no Interior não são aeroportos, e sim as pistas de pouso. Uma reta de manta asfáltica que nem sempre obedece aos padrões de segurança, mas que é onde muitos empresários aterrissam para conhecer potenciais investimentos ou mesmo acompanhar o que já existe, principalmente, no entorno de perímetros irrigados. O Aeroporto João de Deus, pista de pouso de Russas, não tem manutenção, tem buracos e mato, difícil alguém se arriscar. Na região jaguaribana, a melhor situação é da pista de pouso de Limoeiro do Norte, na Chapada do Apodi. Todos os meses empresários aterrissam para acompanhar a produção agrícola.
O primeiro aeroporto propriamente dito do Vale do Jaguaribe está em Aracati, mas está há dois anos "em fase final de conclusão". De acordo com a Secretaria de Turismo (Setur), as obras devem ser concluídas neste mês. Com pista de pouso de 2,2 mil metros de comprimento por 30 metros de largura (capaz de receber grande aeronaves), vida útil de 20 anos e capacidade de operar até 1.200 voos por ano, o aeroporto ainda tem pátio de estacionamento de aeronaves e terminal de passageiros. A obra, que pode ser inaugurada até o fim do ano, está orçada em R$ 22,1 milhões. Fará principalmente escoamento turístico de todo o País para as praias de Beberibe, Fortim, Icapuí e Aracati (Canoa Quebrada e Majorlândia).
Diferença
O aeroporto de Jericoacoara, embora com a pista de pouso 15 metros mais larga, terá basicamente as mesmas construções de Aracati (pista de pouso, pátio de aeronaves e terminal de passageiros), mas está orçado em R$ 53,2 milhões, mais que o dobro da outra obra. Os recursos também são oriundos do Ministério do Turismo e do Tesouro do Estado. Até o fechamento desta edição a reportagem tentou explicação com o secretário Bismarck Maia, mas o mesmo participava de audiência e nenhum outro representante deu retorno.
O Aeroporto Internacional de Jericoacoara, sediado no Município de Cruz, só deve ser entregue no fim do primeiro semestre de 2012. Após o início da primeira etapa, com uma pista de pouso e decolagem de 2,2 mil metros por 45 metros de largura, o pátio de estacionamento e a pista de táxis, o aeroporto de Jeri começa agora a construção do terminal de passageiros e o Serviço de Combate Contra Incêndios (Secinc). Do total do orçamento previsto, R$ 44 milhões estão sendo consumidos na primeira etapa.
Turismo
Projetado para ser um dos principais vetores do turismo no Ceará, o aeroporto de Jeri, com capacidade de mil e duzentos voos por ano, deve incrementar o fluxo turístico do Litoral Oeste Cearense.
Outros benefícios do novo aeroporto são a melhora da logística para escoamento da produção das regiões Norte e da Ibiapaba e desafogamento do Aeroporto Internacional Pinto Martins, de Fortaleza, com a possibilidade da necessidade de ter a Capital como entre posto para se chegar à praia de Jeri.
Do valor investido, R$ 38 milhões são utilizados como contrapartida no empréstimo adquirido junto à Confederação Andina de Fomento (CAF) para o projeto Solar.
Existe mais um aeroporto da Zona Norte que é de médio porte. Trata-se do de Sobral. É o Aeroporto Virgílio Távora que serve para pouso e decolagem de aviões fretados de pequeno porte. Atende ainda os Correios e Bancos com envio de malotes. Camocim e São Benedito devem ganhar também seus aeroportos de pequeno porte.
MAIS INFORMAÇÕES
SETUR - Secretaria do Turismo do Estado do Ceará - Av. Gal Afonso Albuquerque Lima - Edifício Seplag - Cambeba/ Telefone: (85) 3101.4669
Melquíades Júnior/Lauriberto Braga
Repórteres
TERMINAIS REGIONAIS
Somente o Cariri tem voo comercial
Com sede em Juazeiro, o aeroporto do Cariri é o único no interior do Estado que recebe voos das grandes empresas
Juazeiro. Um dos problemas relacionados a pista de pouso do Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes partia do reconhecimento da extensão da pista de 1.800 metros para 2.100m. No primeiro semestre, isto ocorreu, possibilitando maior número de passageiros para a aeronaves, em média 120. No último dia 1º, foi iniciado o andamento do contrato para construção dos Módulos Operacionais Provisórios (MOPs), num investimento de R$ 4 milhões, autorizados pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).
A compactação da pista será outro passo, para que o aeroporto possa operar com aviões com suporte de até 180 passageiros. Atualmente, o aeroporto do Cariri recebe oito voos diários, que embarcam para os principais centros do Brasil.
Centro-Sul
Na região Centro-Sul, apenas a cidade de Iguatu dispõe de aeroporto com pista em asfalto, balizamento noturno, em boas condições para pousos e decolagens de aeronaves de pequeno e médio porte de até 30 passageiros, embora não tenha voos comerciais.
Em Cedro, o aeródromo, com revestimento de piçarra, está operando, mas nas demais cidades são impraticáveis. As fortes chuvas caídas na quadra invernosa deste ano contribuíram para agravar ainda mais o estado de precariedade dos campos de pouso que têm pavimentação de terra.
Em Icó, o aeródromo local está sem condições de funcionamento há pelo menos cinco anos. A pista está esburacada. Ao lado, há plantações de milho e feijão. Os moradores do entorno usam a antiga via como acesso para a agrovila e é comum o tráfego de máquinas agrícolas, animais, carros, motos e pedestres. Este quadro é comum na maioria das pistas de pouso dos demais Municípios cearenses.
Inaugurado em dezembro do ano 2000, o Aeroporto de Quixadá apresenta boas condições de pousos e decolagens, mas apenas para aeronaves de pequeno porte, ultraleves e helicópteros. Com extensão de 1.200m e 30m de largura, não tem capacidade para receber aviões de grande envergadura. O serviço está disponível inclusive à noite. A pista possui balizamento noturno, está bem conservada e o pátio de taxiamento também, mas o prédio administrativo e receptivo necessita de reparos. Não há sequer um telefone fixo para comunicação. Por esses motivos não recebe escalas comerciais. É considerado uma pista de pouso. A responsabilidade pela manutenção e administração do aeroporto é do Departamento de Edificações e Rodovias (DER). Está na jurisdição do Distrito Operacional de Aracoiaba.
Até dois anos atrás, na região dos Inhamuns, apenas o Município de Crateús possuía aeroporto com infraestrutura adequada para o pouso de aeronaves de pequeno e médio porte: o Aeroporto Dr. Lúcio Lima, inaugurado ainda na década de 70 e recuperado em 1997, cuja estrutura física é considerada satisfatória. Em Tauá foi inaugurado em 2009 o Aeroporto Pedro Teixeira Castelo. Os dois equipamentos contam com pistas de pouso e decolagem, pista de taxiamento, pátio de estacionamento de aeronaves e também terminal de passageiros.
Elizângela Santos/Honório Barbosa/ Silvania Claudino/ Alex Pimentel
Repórteres/Colaborador
Fonte: DN REGIONAL
Aracati/Cruz. Enquanto muito se fala dos aeroportos para um mês de Copa do Mundo, aeroportos ou mesmo só pistas de pouso existentes no Interior do Ceará precisam de reparos. Eles fazem parte das cadeias produtivas que movimentam a economia. Poucas obras são tão anunciadas de estarem na iminência da conclusão como a do aeroporto de Aracati. Fosse obedecido o primeiro prazo, há pelo menos dois anos, turistas e empresários estariam decolando e pousando na direção do principal destino turístico do Interior: Canoa Quebrada. Em dois anos de atraso foram ao menos cinco prazos de conclusão. Já o aeroporto de Jericoacoara teve ordem de serviço na semana passada, com prazo de entrega para setembro de 2012. Mas um dado espanta: enquanto o aeroporto de Aracati custa R$ 22 milhões, o de Jericoacoara, com estrutura parecida e mesma capacidade de voos, custará R$ 53,2 milhões aos cofres públicos.
Com raras exceções, o mais comum no Interior não são aeroportos, e sim as pistas de pouso. Uma reta de manta asfáltica que nem sempre obedece aos padrões de segurança, mas que é onde muitos empresários aterrissam para conhecer potenciais investimentos ou mesmo acompanhar o que já existe, principalmente, no entorno de perímetros irrigados. O Aeroporto João de Deus, pista de pouso de Russas, não tem manutenção, tem buracos e mato, difícil alguém se arriscar. Na região jaguaribana, a melhor situação é da pista de pouso de Limoeiro do Norte, na Chapada do Apodi. Todos os meses empresários aterrissam para acompanhar a produção agrícola.
O primeiro aeroporto propriamente dito do Vale do Jaguaribe está em Aracati, mas está há dois anos "em fase final de conclusão". De acordo com a Secretaria de Turismo (Setur), as obras devem ser concluídas neste mês. Com pista de pouso de 2,2 mil metros de comprimento por 30 metros de largura (capaz de receber grande aeronaves), vida útil de 20 anos e capacidade de operar até 1.200 voos por ano, o aeroporto ainda tem pátio de estacionamento de aeronaves e terminal de passageiros. A obra, que pode ser inaugurada até o fim do ano, está orçada em R$ 22,1 milhões. Fará principalmente escoamento turístico de todo o País para as praias de Beberibe, Fortim, Icapuí e Aracati (Canoa Quebrada e Majorlândia).
Diferença
O aeroporto de Jericoacoara, embora com a pista de pouso 15 metros mais larga, terá basicamente as mesmas construções de Aracati (pista de pouso, pátio de aeronaves e terminal de passageiros), mas está orçado em R$ 53,2 milhões, mais que o dobro da outra obra. Os recursos também são oriundos do Ministério do Turismo e do Tesouro do Estado. Até o fechamento desta edição a reportagem tentou explicação com o secretário Bismarck Maia, mas o mesmo participava de audiência e nenhum outro representante deu retorno.
O Aeroporto Internacional de Jericoacoara, sediado no Município de Cruz, só deve ser entregue no fim do primeiro semestre de 2012. Após o início da primeira etapa, com uma pista de pouso e decolagem de 2,2 mil metros por 45 metros de largura, o pátio de estacionamento e a pista de táxis, o aeroporto de Jeri começa agora a construção do terminal de passageiros e o Serviço de Combate Contra Incêndios (Secinc). Do total do orçamento previsto, R$ 44 milhões estão sendo consumidos na primeira etapa.
Turismo
Projetado para ser um dos principais vetores do turismo no Ceará, o aeroporto de Jeri, com capacidade de mil e duzentos voos por ano, deve incrementar o fluxo turístico do Litoral Oeste Cearense.
Outros benefícios do novo aeroporto são a melhora da logística para escoamento da produção das regiões Norte e da Ibiapaba e desafogamento do Aeroporto Internacional Pinto Martins, de Fortaleza, com a possibilidade da necessidade de ter a Capital como entre posto para se chegar à praia de Jeri.
Do valor investido, R$ 38 milhões são utilizados como contrapartida no empréstimo adquirido junto à Confederação Andina de Fomento (CAF) para o projeto Solar.
Existe mais um aeroporto da Zona Norte que é de médio porte. Trata-se do de Sobral. É o Aeroporto Virgílio Távora que serve para pouso e decolagem de aviões fretados de pequeno porte. Atende ainda os Correios e Bancos com envio de malotes. Camocim e São Benedito devem ganhar também seus aeroportos de pequeno porte.
MAIS INFORMAÇÕES
SETUR - Secretaria do Turismo do Estado do Ceará - Av. Gal Afonso Albuquerque Lima - Edifício Seplag - Cambeba/ Telefone: (85) 3101.4669
Melquíades Júnior/Lauriberto Braga
Repórteres
TERMINAIS REGIONAIS
Somente o Cariri tem voo comercial
Com sede em Juazeiro, o aeroporto do Cariri é o único no interior do Estado que recebe voos das grandes empresas
Juazeiro. Um dos problemas relacionados a pista de pouso do Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes partia do reconhecimento da extensão da pista de 1.800 metros para 2.100m. No primeiro semestre, isto ocorreu, possibilitando maior número de passageiros para a aeronaves, em média 120. No último dia 1º, foi iniciado o andamento do contrato para construção dos Módulos Operacionais Provisórios (MOPs), num investimento de R$ 4 milhões, autorizados pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).
A compactação da pista será outro passo, para que o aeroporto possa operar com aviões com suporte de até 180 passageiros. Atualmente, o aeroporto do Cariri recebe oito voos diários, que embarcam para os principais centros do Brasil.
Centro-Sul
Na região Centro-Sul, apenas a cidade de Iguatu dispõe de aeroporto com pista em asfalto, balizamento noturno, em boas condições para pousos e decolagens de aeronaves de pequeno e médio porte de até 30 passageiros, embora não tenha voos comerciais.
Em Cedro, o aeródromo, com revestimento de piçarra, está operando, mas nas demais cidades são impraticáveis. As fortes chuvas caídas na quadra invernosa deste ano contribuíram para agravar ainda mais o estado de precariedade dos campos de pouso que têm pavimentação de terra.
Em Icó, o aeródromo local está sem condições de funcionamento há pelo menos cinco anos. A pista está esburacada. Ao lado, há plantações de milho e feijão. Os moradores do entorno usam a antiga via como acesso para a agrovila e é comum o tráfego de máquinas agrícolas, animais, carros, motos e pedestres. Este quadro é comum na maioria das pistas de pouso dos demais Municípios cearenses.
Inaugurado em dezembro do ano 2000, o Aeroporto de Quixadá apresenta boas condições de pousos e decolagens, mas apenas para aeronaves de pequeno porte, ultraleves e helicópteros. Com extensão de 1.200m e 30m de largura, não tem capacidade para receber aviões de grande envergadura. O serviço está disponível inclusive à noite. A pista possui balizamento noturno, está bem conservada e o pátio de taxiamento também, mas o prédio administrativo e receptivo necessita de reparos. Não há sequer um telefone fixo para comunicação. Por esses motivos não recebe escalas comerciais. É considerado uma pista de pouso. A responsabilidade pela manutenção e administração do aeroporto é do Departamento de Edificações e Rodovias (DER). Está na jurisdição do Distrito Operacional de Aracoiaba.
Até dois anos atrás, na região dos Inhamuns, apenas o Município de Crateús possuía aeroporto com infraestrutura adequada para o pouso de aeronaves de pequeno e médio porte: o Aeroporto Dr. Lúcio Lima, inaugurado ainda na década de 70 e recuperado em 1997, cuja estrutura física é considerada satisfatória. Em Tauá foi inaugurado em 2009 o Aeroporto Pedro Teixeira Castelo. Os dois equipamentos contam com pistas de pouso e decolagem, pista de taxiamento, pátio de estacionamento de aeronaves e também terminal de passageiros.
Elizângela Santos/Honório Barbosa/ Silvania Claudino/ Alex Pimentel
Repórteres/Colaborador
Fonte: DN REGIONAL
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