Oficial de Justiça percorreu vários endereços da cidade, ontem, para cumprir mandados de prisão. O clima é de tensão
Pedro Alves
ENVIADO A SENADOR POMPEUpedroalves@opovo.com.br
A fuga de praticamente toda a cúpula administrativa de Senador Pompeu deixou o Município em situação delicada. Há órgãos sem gestor e com atividades comprometidas. Na sede da Prefeitura, onde também funciona a central de licitações e setores de finanças e contabilidade, não havia ninguém respondendo ontem.
O prefeito recém-afastado Antônio Teixeira de Oliveira (PT) era procurado pela oficial de Justiça Larissa Lemos, que, sob escolta policial, buscava executar esse e outros 17 mandatos de prisão – ninguém foi localizado. Na Prefeitura, servidores tinham medo de dar declarações. Informaram apenas que as atividades continuavam normalmente.
Em alguns setores, há comprometimento dos trabalhos. Na Secretaria da Ação Social, onde a secretária Maria Lindalva de Oliveira Aguiar não põe o pé desde a semana passada, a funcionária Célia Rodrigues - mesmo receosa - informou que as atividades estão em ritmo “mais ou menos”.
Já em uma das unidades de atendimento do Programa Saúde da Família, ninguém foi encontrado no prédio, cujos portões estavam destrancados. Em outros equipamentos públicos, como Secretaria da Educação e outras unidades de saúde, as atividades transcorriam normalmente. Servidores explicaram que a destituição do núcleo gestor, até aquele momento, não era motivo para não comparecerem ao trabalho. “Aqui os trabalhadores estão fazendo seus serviços normalmente”, disse Rosângela Sousa Oliveira, supervisora da pasta da Educação.
Ontem pela manhã, enquanto a oficial de Justiça Larissa Barbosa buscava executar os mandatos – com o nome do prefeito na lista - fogos de artifício explodiram no céu de Senador Pompeu.
O presidente da Câmara Municipal, Ibervan Fernandes Ramos (PSDB) – opositor do prefeito - já se prepara para assumir o Executivo, ainda que interinamente. “Vou buscar entendimento com toda a classe política, com todas as lideranças e todos os vereadores”.
Hostilidade Nos equipamentos públicos, o clima de tensão tomou conta dos funcionários. Em praticamente todos os órgãos que visitou, a equipe do O POVO foi recebida com hostilidade. O episódio mais tenso se deu em visita a uma escola municipal. Uma das coordenadoras da unidade ameaçou chamar a Polícia caso a reportagem insistisse em entrevistar os alunos. “Gente, vocês são de menor, tem que ter autorização dos pais para falar com a imprensa”, gritou a coordenadora para os alunos, que se dispersaram desconfiados. Em seguida, ela ameaçou a equipe de processo na Justiça caso o nome da instituição fosse citado na reportagem. O episódio aconteceu na escola Cônego Januário da Cunha Barbosa, no Centro. A diretora, além de se recusar a se identificar, também não quis dar declarações.Fonte: opovo.
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