quinta-feira, 7 de maio de 2009

ENCHENTES 07/05/2009

Perda da safra já chega a 122 mil toneladas

As fortes enchentes que assolam o Ceará também trazem prejuízos para a lavoura. Em reunião realizada, ontem, pelo Grupo de Coordenação das Estatísticas Agropecuárias do Ceará (GCEA-CE), o cálculo preliminar apresentado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão do Ceará (Ematerce) é que houve perda de safra, em média, de 7,55% até o dia 30 de abril. A previsão era colher 1.406.169 toneladas no início do ano, e agora a expectativa é de que a safra seja de 1.284.000, levando a uma perda de 122.169 toneladas. Segundo a Ematerce, as regiões mais atingidas foram as do Baixo Acaraú (perda de 24,2%), do Cariri Leste (próximo a Mauriti, com 19,97%) e do extremo Norte (próximo ao município de Camocim, com 19,54%).

Meteorologistas da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e de outros sete Estados se reuniram em Maceió para discutir o prognóstico de chuvas no Nordeste. A perspectiva é que as condições oceânicas devem continuar favorecendo às chuvas no Ceará até o fim de maio, principalmente na região centro-norte do Estado.

Balanços parciais

Uma avaliação de perda de safra está sendo realizada em municípios do Cariri. Os produtores estão preocupados principalmente com a perda do feijão. Quanto ao milho, uma boa novidade é que a safra no Cariri terá, este ano, um aumento de, pelo menos, 17% em relação a 2008. Na última segunda-feira, o gerente regional da Ematerce, Adonias Sobreira, esteve reunido com produtores de vários municípios, quando foram relatadas perdas em localidades das cidades como Abaiara, Missão Velha, Jardim, Várzea Alegre, Farias Brito e Santana do Cariri. A avaliação continua até a próxima semana.

Em Sobral, o gerente regional da Ematerce da zona norte, Francisco Jader de Albuquerque, avalia que ainda é cedo para informar de quanto será a perda na safra este ano, mas que calcula algo em torno de 20%. Ele tomou como base o que foi plantando nas áreas ribeirinhas por agricultores de pequeno porte.

O gerente espera fornecer dados mais precisos dentro de 15 a 20 dias. “Os nossos técnicos vão visitar cada roçado e avaliar se houve ou não perda total nessas áreas”, explica o gerente. Na região que Jader Albuquerque gerencia não estão incluídos os municípios de Chaval e Granja, que fazem parte da regional extremo norte, com sede em Camocim.

Mas na avaliação do coordenador da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Ceará (Fetraece), regional de Sobral, José Ferreira, os números são bem mais assustadores. “Em Granja e Chaval acreditamos que a perda poderá ultrapassar 90%, enquanto que em Cruz e Bela Cruz, os prejuízos na lavoura deverão chegar a 70%”.

Fonte: Diário do Nordeste

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