Seis de Julho está chegando. Foi nesse dia, há muitos anos, que nasceu um menino magro, porém bonito, lá pras bandas do Ceará, nos cafundós do sertão brabo, numa família de muita gente. Eu disse há muitos anos. Muitos... Já, até, estou esquecendo quantos. Muito tempo, mas não acho que estou velho, não. Meio careca, hipertenso, fraco da memória, com algumas dores nas juntas, mas com disposição e vontade de fazer muita coisa, ainda, nesse bom tempo de que disponho. Acho que tenho muito tempo de estrada para caminhar. Muito o que fazer, ainda. Pois é: não espero presentes, nem festa. Quero abraço. Abraços quentes, fortes. Quero que digam: Deus lhe dê muito tempo, ainda, no meio dos (das) amigos (as). Com saúde, lógico, e, assim sendo, de bem com a vida, com o mundo. É... porque quando for embora (todo mundo vai, um dia), não quero deixar alivio, quero sim, deixar saudade. Muita saudade. Muita saudade. Mas isso vai demorar ainda, um bom tempo. Se Deus quiser e Ele quer. Um anjo do bem me segredou baixinho. Estou sabendo.
Jornalista Ciro Pinheiro
Jornalista Ciro Pinheiro
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