Regular, ruim ou péssima
Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte aponta que 82,2% da malha rodoviária no Ceará apresenta problemas. Nessas estradas, o estado de conservação foi considerado regular, ruim ou péssimo. A situação é mais grave nas rodovias federais. Nenhuma das BRs no Estado foi classificada como boa ou ótima.
Tiago Braga
tiagobraga@opovo.com.br
30 Out 2009 - 00h30min
Buracos, trechos sem acostamento, pintura horizontal desgastada, mato cobrindo as placas. Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra que 82,2% da malha rodoviária no Ceará têm o estado de conservação considerado péssimo, ruim ou regular. Dos 3.191 quilômetros avaliados, somente 160 foram apontados como bom ou ótimo. No ranking nacional das piores estradas, o Estado ocupou a 12º colocação.
A situação é mais crítica nas estradas federais. Nenhuma das BRs que cortam o Estado foi classificada como boa ou ótima. A maior parte (86,53%) foi avaliada como regular e o restante como ruim (13,47%). As piores, segundo a pesquisa, são a BR-226 (que vai de Solonópole até a divisa com o Piauí) e a BR-404 (que liga Ipaporanga a Crateús). A BR-116 - que tem 83% de sua extensão danificada, conforme O POVO mostrou na última terça-feira - foi considerada regular.
No caso das CEs, 83,37% da malha rodoviária foi considerada regular, ruim ou péssima. Nesse último estado, encontra-se a CE-354, que vai de Chorozinho até Acarape, passando por Barreira. Mas, ao contrário das BRs, houve trechos avaliados como bom (15,68%) ou ótimo (0,93%). O melhor estado de conservação é o da CE-292, na altura da BR-230. A via liga Crato a Juazeiro do Norte.
A pesquisa foi realizada entre os meses de junho e julho deste ano e avaliou três aspectos das estradas, estipulando notas para cada um deles: pavimento, sinalização e geometria da via. No item pavimento, os pesquisadores observaram a condição da superfície, o estado do acostamento e a velocidade desenvolvida a partir da qualidade da pista. Na sinalização, foram observados o estado das faixas centrais e laterais, além da existência e visibilidade das placas no decorrer da rodovia.
Por fim, na geometria da pista, foi avaliado o perfil da rodovia em trechos com curvas perigosas e a existência de faixas adicionais e acostamentos. ``Quem anda pelas estradas daqui sofre. O caminho (de Fortaleza) até Sobral é cheio de buracos, perigoso``, exemplifica o representante comercial Carlos Almeida, se referindo à BR-116. Ele sempre viaja a trabalho. ``A gente vê que tem vários trechos em reforma. Tomara que a situação melhore``, diz.
E-MAIS
> Nas rodovias federais que cortam o Estado, foram avaliados 2.228 quilômetros em 10 BRs. Oito foram consideradas regulares e duas ruins. Ao todo, o Ceará tem 3.588 km de estradas federais.
> Já nas rodovias estaduais, foram observados 963 quilômetros. Desse total, 30 foram classificados como péssimo (3,11%); 354 como ruim (36,76%); 419 como regular (43,50%); 151 (15,68%) como bom e 9 como ótimo (0,93%).
> Lançada em 1995, a pesquisa da CNT amplia a quilometragem avaliada em cada edição, o que impossibilita a comparação dos dados divulgados este ano com os números do último levantamento, realizado em 2007. Além disso, a metodologia foi alterada.
> De acordo com a pesquisa, 69% da malha rodoviária do Brasil está em péssimo, ruim ou regular estado de manutenção.
SAIBA MAIS
SITUAÇÃO DAS RODOVIAS ESTADUAIS
>CE-040 - bom
>CE-060 - regular
>CE-060/BR-122 - ruim
>CE-085 - regular
>CE-138 - ruim
>CE-168 - regular
>CE-178/BR-403 - ruim
>CE-183/BR-403 - ruim
>CE-187/BR-403 - ruim
>CE-292 - regular
>CE-292/BR-122 - bom
>CE-292/BR-230 - ótimo
>CE-329/BR-403 - ruim
>CE-341 - ruim
>CE-354 - péssimo
>CE-366/BR-403 - ruim
>CE-386 - ruim
>CE-421 - ruim
>CE-422 - regular
>CE-494/BR-122 - regular
RANKING DAS PIORES ESTRADAS DO BRASIL, SEGUNDO ÍNDICE DE TRECHOS EM REGULAR, RUIM OU PÉSSIMO ESTADO DE CONSERVAÇÃO
1. Amazonas - 100%
2. Acre - 100%
3. Pará - 97,8%
4. Rondônia - 94,4%
5. Roraima - 94%
6. Mato Grosso - 89,9%
7. Sergipe - 88,8%
8. Tocantins - 88,8%
9. Alagoas - 86,8%
10. Pernambuco - 86,3%
11.Paraíba - 85%
12. Ceará - 82,1%
13.Maranhão - 79,7%
14. Rio Grande do Norte 76,5%
15. Bahia - 75%
16.Minas Gerais - 73,6%
17.Mato Grosso do Sul - 72,9%
18.Goiás - 72%
19.Piauí - 63,5%
20.Amapá - 63,3%
21.Espírito Santo - 62,7%
22.Distrito Federal - 61,8%
23.Rio Grande do Sul - 61,5%
24.Santa Catarina - 60,2%
25.Paraná - 50,8%
26.Rio de Janeiro - 36,6%
27.São Paulo - 24,6%
FONTE: CNT. O maior trecho regular foi o critério de desempate.
* Obras em 780 km de rodovias
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