29/12/2010
Estudo da CNT revela que maioria das vias está desgastada ou destruída, sem sinalização e acostamento
Alerta vermelho para quem pensa em pegar a estrada neste fim de ano. É preciso triplicar os cuidados não só com o veículo e condutor, mas com as condições das rodovias estaduais e federais que cortam o Ceará. De acordo com pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e Sest/Senat, realizada entre maio e junho deste ano, 36% das rodovias cearenses estão entre ruim e péssimo estado de trafegabilidade. A maior parte, 49,3% está classificada como regular e apenas 14,7% na patamar de bom ou ótimo. As BRs são as que apresentam mais problemas e, segundo relatório as que também mais carecem de investimentos.
O estudo levou em conta as condições da superfície, sinalização horizontal e vertical, placas, além da visibilidade e legibilidade das placas. Só para se ter ideia do tamanho do perigo, 48,5% não possuem sequer placas com limites de velocidade e 37,9% estão com o mato cobrindo totalmente as placas. O pior é que 55,7% estão com o asfalto desgastado, trincado ou remendado e outros 1,7% totalmente destruídos.
Entre as rodovias em piores condições estão as BRs 404 e 403 que cortam as regiões Norte (Ipu, Camocim, Granja) e Inhamuns (Tauá e Crateús), além das BRs 116 (Jaguaribe, Solonópole) e BR 230 (Várzea Alegre a Picos no Piauí). A Polícia Rodoviária Federal confirma as condições precárias dessas estradas e inclui outros trechos como o Km 47 da BR-304 (Chorozinho a Aracati). Ali, segundo o inspetor Danilo Lima, a via está sendo duplicada e precisa de atenção redobrada. Numa outra federal, a BR-116 (do Jaguaribe a divisa com Pernambuco) existem inúmeros buracos e a falta de sinalização complica. Além delas, no trecho da BR-222, entre Itapajé e Irauçuba, o asfalto foi todo retirado e o percurso é feito em estrada carroçal. As rodovias 222 e 343, no trecho Fortaleza e Teresina (Piauí), estão entre os 60 mais precários do País.
Melhora
Para o presidente da CNT, Clésio Andrade, o estudo mostrou uma melhora nas rodovias brasileiras, incluindo as cearenses. Em 2010, 41% das estradas foram consideradas boas ou ótimas. No ano passado, eram 31%. As ruins e péssimas aumentaram de 24% para 25,4%. No entanto, para ele, o investimento nas estradas cresceu. Na avaliação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), os problemas existem, mas eram piores. Os avanços, afirma o diretor geral do órgão, Luiz Antonio Pagot, refletem os investimentos do governo Federal.
Já o coordenador de engenharia do Departamento de Edificações, Rodovias e Transportes (Dert), André Pierre, a malha do Ceará apresenta 6,3 mil km de trechos pavimentados e 4,7 mil não-pavimentados. Diz que entre as prioridades, estão novas estradas e pavimentos e recuperação das existentes. Segundo ele, o Estado deverá fechar 2010, com R$ 1,37 bilhão investidos.
LÊDA GONÇALVES
REPÓRTER DN
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