quarta-feira, 21 de abril de 2010

24 anos sem José de Judite

01 – Peço a Deus muita coragem / Consagrada mãe divina / Pra eu falar em José / Nessa terra nordestina / Filho de um homem tão manso / Mas resistiu a triste sina.


02 – José quando trabalhava / com seu pai sendo o vaqueiro / nunca lhe faltou comida / cavalo bom e dinheiro / mas o destino jogou / lhe na vida de pistoleiro.


03 – Em nordeste brasileiro / foi muito bem recebido / nunca desonrou a força / nem robou nem foi fingido / e devido os crimes que fez / de justiça foi perseguido.


04 – Andou bastante sumido / não se entregou por ser forte / mas se o destino não quis / que ele tivesse sorte / dizia caros amigos / posso me entregar à morte.


05 – José na vila de Pasta / bebendo um certo dia / soube que a policia vinha / todos tinham companhia / telefonaram a policia / e usaram de covardia.


06 – de nove para as dez horas / ele e um amigo seu / foram cercados por doze / o seu amigo correu / José lhe enfrentou os doze / não teve sorte morreu.


07 – Recebeu mais de um tiro / morreu sem poder lutar / botaram ele num burro / fizeram Luiz levar / rebolaram como um bicho / na calçada de Eurimar.


08 – Foi a 21 de abril / que este causo aconteceu / próximo a vila de Pasta / que seu corpo padeceu / foi morto na mesma data / que Tiradentes morreu.


09 – Ali por telefone / pro capitão avisar / Compraram corda em Benigno / Para poder lhe amarrar / na capota de um jipe / Levaram pra Quixadá.


10 – Em Quixadá libertaram / seu corpo santo e gentil / Francivaldo foi buscá-lo / A 22 de abril / Foi sepultado no dia / Em que descobriu o Brasil.


11 – No dia do seu enterro / tinha mais de um camponês / muita gente na cidade / dizia sem acanhez / José com a sua morte / Pagou as mortes que fez.


12 – Há 19 de Maio / a sua missa dolente / o padre recomendou / a sua alma ao onipotente / e a igreja ficou / superlotada de gente.


13 – Foi pelo padre Agenor / homem forte e justiceiro / todos seus irmãos presentes / mostraram amor verdadeiro / e Cícero assistiu a missa / num traje de um vaqueiro.


14 – Dona Lídia e seu Judite / choravam desesperado / Meu filhinho podia viver ao nosso lado / Não teria sido morto, arrastado e judiado.


15 – Quatro irmão que ele tinha / que ficaram sem carinho / era Cícero e Emanoel / Francivaldo e Joãozinho / Lamentam tristonho e choram / Com pena do irmãozinho.


16 – Dona Lídia sua mãe / pensam de noite e de dia / seu pai guarda no cambito a sua cela macia / como a recordação que muito bem lhe queria.


17 – Sua corona macia ficou coberta e guardada / seu gibão e seu chapéu e a perneira empendurada / como uma recordação das festas de vaquejada.


18 – Com seu cavalo ligeiro / muitas vezes foi campeão / tirou prêmio em vaquejada bolou com touro no chão / era um dos convidados para festa de apartação.


19 – Pois só tem recordação lá na Fazenda da Serra / Judite lembra seu filho quando um bezerro berra / E seu corpo se delindo debaixo da fria terra.


20 – As cidades que sentiram sua morte e sua fama / foi Milhã e Solonópole, Jaguaribara Reclama / Orós, Jaguaribe, Icó / Iguatú, Jaguaretama.


21 – Nunca ele matou por fama / pois era forte e gentil / quem lhe ofendesse morria / sendo dentro do Brasil / se cinqüenta lhe odiavam era abraçado por mil.


22 – Morreu com 32 anos, mas cumpriu com sua sina / peço que Deus lhe abençoe na santa casa divina / Deus é quem sabe lavar as suas mãos assassinas.


23 – Deus perdoou a Pilatos / Pedro, Tiago e André / Dimas, Marcos e Tadeu / Simão, Lazaro e Tomé / Só Deus tem o poder de perdoar a José.


24 – Só sei que José morreu / o Governo esta sabendo / foi morar na sepultura deixou pai e mãe sofrendo / e tem pior do que ele que ainda mata e esta vivendo.


25 – Me despeço de Judite e de Lídia que fez carinho / de Selma, Tereza e Ana / Emanoel, Cícero e Joãozinho / Francivaldo um predileta / Por fim perdoe o poeta / Francisco Pedro Sobrinho / fiz a historia completa / e aqui assina o poeta / Francisco Pedro Sobrinho.


Chico Pedro apresenta o programa de cantorias de violas na Radio Difusora Cachoeira Am 1520 Khz cujo nome: “Fazenda Velha”, de segunda a sexta-feira no horário das 15h00 as 16h00 juntamente com os poetas Galego Trovador e Gilderlanio.


Chico Pedro é autor diversos poemas, já compôs: Verso da Facada, Nemésio e Suely, Morte de Aurizete da Vila Cachoeirinha; José de Judite, Ubelino Rezador da Casa Nova, O último adeus de um pai, entre outros.


Para contratar o poeta Chico Pedro de Solonópole (0xx88) 9984-0738.



Acesse: www.solonopole.blogspot.com

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